Quando essa chuva passar, eu espero que também passe a dor que sinto em ficar ouvindo cada pingo que cai sobre o telhado da minha casa.
Eu sinto como se a solidão me apertasse os ossos.
E a vontade de fugir é mínima, pois, não tenho mais forças. Simplemente desisti dessa luta, nem que agora a única coisa que me resta é esperar.
Esperar o tempo. Aprender a esperar. Aprender.
Saber que tudo que fiz até aqui foi em vão.
Ficam minhas lágrimas, a chuva e a solidão. Fica o meu cansaço, a amargura, e a esperança pelo sol.
Que haja sol!
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Às vezes tudo o que eu quero é chorar. Só isso. Chorar porque tomaram o resto do chá que eu havia feito pra mim. Chorar de raiva porque não sei perder discussão. Chorar porque me sinto burra e a palavra imbecil se estampa na minha testa.
Queria me esconder dentro do meu guarda-roupa, seria o último lugar que alguém me procuraria por não acreditar que eu coubesse dentro dele, mas na real nem eu acredito.
E eu choro por isso. Choro porque eu não tenho o tamanho ideal de uma guria da minha idade, minhas amigas caberiam dentro do meu guarda-roupa, e nenhuma infâme pensaria em esconder-se dentro dele.
Minha vontade de chorar é porque o meu ego usa da pior forma de me fazer sentir bem, é suplicando elogios. É rastejando por algo que me parece sincero.
E eu tenho vontade de chorar porque tracei um objetivo e preciso de tempo pra alcançá-lo. Até lá eu continuo sendo a panaca que sou e pioro a situação quando estou a ponto de desistir pela minha falta de paciência e persistência.
Tem horas que me desprezo, sinto pena de mim e uma vergonha enorme me consome. Não era pra ser assim. Eu tenho vida, tenho boas sacadas, deve ter algo de bom em mim, mas eu recuso a encontrar. Espero que os outros digam, mais uma vez imploro pra que me digam algo bom de mim.
E isso não acontece nunca.
E eu só consigo chorar.
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